<Importante>
Todos sabem que WCF é uma plataforma poderosa e extensível. O que muita gente não sabe é que WCF é para poucos.
WCF é uma plataforma que permite a construção de sistemas distribuidos e sistemas distribuidos raramente são necessários. De maneira simplificada, podemos dizer que um sistema é distribuido quando tem seus componentes instalados em mais de um computador.
O problema da construção de sistemas distribuídos é que devido a não centralização de seus compnentes existe um overhead de comunicação entre os computadores e serialização/deserialização de objetos e isso consome muita memória e banda de rede.
Como gastamos mais recursos do que necessário temos como resultado final um aumento no tempo de resposta e gasto extra de hardware que, as vezes pode ser um problema grave além é claro do aumento da complexidade técnica.
No entanto, não sei por qual motivo, no momento em que lançou o produto, a Microsoft esqueceu de avisar seus "consumidores" a respeito destes pequenos detalhes. Talvez porque queria promover o produto?
</Importante>
<Importante 2>
WCF é uma tecnologia relativamente simples, mas apenas depois que você entende o BeABá da coisa (ou ABC[1] no caso do WCF). Até lá, qualquer coisa que fuja do point&click que o Visual Studio nos oferece é relativamente complexo.
Portanto, sugiro que antes de aplicar WCF você procure entender um pouco mais dos fundamentos e do papel de cada objeto que ele utiliza.
</Importante 2>
Agora que entendemos que não devemos usar WCF em toda aplicação que construimos (talvez isso seja tópico pra outro post?) vou falar um pouco da experiência que estou tendo com esta tecnologia e das boas práticas e atalhos que conheci.
Pretendo fazer uma pequena série e pra começar vou abordar boas práticas de consumo de serviços WCF, ou em outras palavras, como acessar um serviço WCF a partir de um cliente da maneira mais eficiente possível.
Para que seja possível consumir um serviço WCF é necessário que alguém o tenha publicado e também que tenha disponibilizado o WSDL[2] do serviço.
O WSDL nada mais é do que um arquivo XML que descreve quais são os tipos de dados que o serviço irá trafegar e quais operações ele oferece.
Geralmente, assim que temos um WSDL para consumir vamos ao Visual Studio e utilizamos a funcionalidade de Add Service Reference que ele nos oferece para gerar o objeto proxy que irá cuidar pra nós da comunicação com WCF. A partir dai utilizamos este objeto em toda nossa aplicação__. E este é o nosso maior erro.
Este proxy, gerado pelo Wizard, encapsula todas as classes necessárias para ler o WSDL, criar os tipos necessários e lidar com os canais de comunicação em cada operação que executamos. No entanto, ele o faz da pior maneira possível.
Cada vez que invocamos uma operação através deste proxy, ele cria uma instância da classe ChannelFactory<T>. Esta classe é responsável por ler as configurações definidas em nosso app.config e baseado nestas configurações abrir os canais de comunicação com o serviço que iremos consumir. Este processo é muito lento, pois todos os sockets, listeners e objetos necessários da própria infra estrutura do WCF são criados e configurados neste momento.
No entanto, este processo não precisa ser feito a cada chamada para o serviço WCF uma vez que estas informações não mudarão enquanto a aplicação estiver rodando. Então, para otimizar bastante o consumo de serviços devemos ignorar o proxy gerado pelo Wizard e cuidar da criação e destruição de canais nós mesmos mantendo este objeto (ChannelFactory<T>) como Singleton que irá durar pelo tempo de vida da aplicação. Dessa forma toda vez que chamamos uma operação remota não existe a necessidade de executar o setup e tear down desse objeto.
Para facilitar a gerência desses objetos construi uma pequena DLL que é composta apenas de uma classe. O código está disponível no github e a DLL compilada está aqui. A documentação inicial também está lá. Tudo pronto para ser usado.
Referências adicionais (e importantes)
[1] ABC = Address, Bindings e Contracts
[2] É possível consumir um serviço WCF sem acesso ao WSDL, mas este é um cenário pouco comum